Está circulando no
Senado brasileiro um projeto de lei do Senador Vital do Rêgo de grande perigo
para a família e a educação brasileira. As intenções do político paraibano é
colocar no Plano Nacional de Educação uma diretriz que obrigue nossas escolas a
ensinarem a ideologia de gênero. Segundo esta doutrina, que vem sendo semeada
de forma perniciosa já faz bastantes anos pela Fundação Ford na Europa e nos
EUA, o sexo biológico não determinaria nenhuma função específica de
masculinidade ou feminilidade e consequentemente cada cidadão poderia escolher
qualquer papel social que mais lhe agrade, assim como sua orientação sexual (no
fundo, poderia buscar gratificações sexuais do jeito que queira e com queira).
O sexo seria um mero diferencial anatômico e estaria desvinculado do “gênero” –
viver como mulher ou como homem -: cada um gozaria de autonomia para optar e
mudar a forma de viver quando e como quisesse.
Esta aberração faz
lembrar um episódio tragicômico acontecido nos países nórdicos da Europa, não
faz muito. Um casal passeava pela rua com seu carrinho de bebê orgulhoso e
feliz desse novo rebento familiar quando se deparou com um velho amigo vizinho.
A reação diante do inesperado não podia ter sido mais normal e explosiva:
“Parabéns! Então já nasceu! Que felicidade! Menino ou menina?”. A resposta,
porém, essa sim foi surpreende: “Não sabemos ainda! O bebê é que escolherá
quando crescer...”.
Como vemos para quem goza ainda de certa normalidade
intelectual e psicológica, o fato acima não pode deixar de chocar. Querer
desprezar as evidências que a natureza nos oferece parece mesmo um filme de
ficção científica, na qual os novos seres desconhecidos gozam de outra
natureza.
Efetivamente, foi por
essa via que nasceu a ideologia de gênero nos anos 60, quando as teorias
marxistas permeavam a nova cultura modernista. Segundo elas, era preciso
combater e destruir a natureza que impõe a “luta de classes sexuais”. A mulher
não poderia mais continuar submissa ao homem e por isso era preciso ser criada
uma nova “raça” humana, na qual se pudesse gozar realmente dos mesmos direitos
e oportunidades.
À primeira vista, a intenção era boa, uma vez que a mulher na
prática tinha um tratamento bastante inferiorizado em muitos âmbitos,
tornando-a vítima de preconceitos, injustiças e políticas segregadoras. Por
outro lado, os meios que se utilizaram para conseguir esses ideais mais
humanitários demonstraram-se depois ser mais nocivos do que as políticas que se
combatiam.
Essa é sempre a
estratégia que o “mal” utiliza para conseguir recuperar seus “foros perdidos”.
Aproveitando-se de alguma anomalia social chamativa – no nosso caso, as
políticas culturais machistas - aparecem como anjo da luz, salvador dos fracos,
propondo uma solução à primeira vista mais interessante, mais prazerosa, mais
libertadora, mais “humanitária” para a felicidade de todos os homens. Depois,
na prática, se verifica um verdadeiro engodo.
Perguntemo-nos, então: O que será
que está por trás da ideologia de gênero, com a desculpa de conquistas
feministas justas? A resposta é alarmante: a destruição da família, seu grande
objetivo desde sempre. Destruindo-se a família, destrói-se a perpetuação da pessoa
humana. E por que quer a destruição da família? A resposta a isto nos levaria
longe... Mas tentemos entender como isso se dá na realidade.
Os estrategistas do
mal, inicialmente, procuram confundir as pessoas colocando no mesmo âmbito
algumas igualdades entre os homens e mulheres – mesmas inteligências, mesma
dignidade, mesmos direitos e oportunidades - com algumas diferenças claras do
ponto de vista científico – estruturas cerebrais diferentes e com
funcionamentos diversos, sistemas hormonais diferentes, afetividade diferente,
sentidos externos e internos diferentes, tendências lúdicas diferentes, etc.
Num segundo momento, depois dessa confusão nos sexos, provocam o orgulho humano
a requerer uma liberdade absoluta para escolher o gênero e o prazer que mais lhe
convier, “vendendo” de forma maliciosa o prazer sexual como um fim em si mesmo
e um direito, totalmente desvinculado dos âmbitos procriativos e unitivos, como
se fosse um brinquedo. À primeira vista, parece um avanço na liberdade humana,
pois a desvincula do sacrifício
da verdade e do bem, como se as escolhas não determinassem o futuro das
pessoas. Estas, sendo “ensinadas” nessa nova pedagogia, acreditam
que é possível alcançar a felicidade sem esforço, sem sacrifício, sem dor e,
portanto, sem amor. Aos poucos os seres humanos vão deixando-se levar por esse
feitiço egoísta que os anestesiam para a doação e compromissos sólidos.
Convertem-se, sem
perceber, para uma vida sem sentido e finalidade. O que os motiva a viver agora
é aproveitar o momento presente, consumir coisas e pessoas, perseguir o bem
estar material, alcançar todos os tipos de satisfações sensíveis que as novas
tecnologias e laboratórios farmacêuticos possam lhes proporcionar. No final
deste processo, quando chegam em geral em torno dos 30 anos, se sentem como
pessoas egoístas, solitárias, fracas, animalizadas e, consequentemente,
sofrendo muito mais do que antes, pois não nasceram para serem animais
irracionais e anti-sociais, mas pessoas humanas que amam e são amadas. Esse
sofrimento não é só físico, mas principalmente psicológico e espiritual.
A
pessoa humana perde a esperança nela mesma – não tem forças para mais nada! – e
como consequência esperança na própria realização do projeto de homem que é ser
feliz vivendo um amor compartilhado. O objetivo final do “mal” foi alcançado: a
destruição da pessoa, da família, da liberdade e felicidade humanas.
Diante deste quadro
triste que pintamos anteriormente, meu instinto de sobrevivência somado à minha
paixão pela defesa da vida e da dignidade humana me obrigam a arregaçar as
mangas e a combater a aprovação dessa lei injusta aludida no início. Como
educador não posso permitir que a mentira seja espalhada pelo próprio
Ministério da Educação que deveria semear e regar a verdade. Infelizmente,
quando analisamos as pessoas que comandam a educação deste país, percebemos
quase sempre que a grande maioria delas não entende muito de educação e sim de
“manipulação” e “jogo político”.
Seus interesses estão muito longe das reais
necessidades educativas de nossas crianças. Por isso, talvez, não se importem
muito com as consequências nefastas que certas políticas públicas possam
provocar como esta em questão. Desde que continue recebendo apoio político e
financeiro de certos organismos internacionais, qualquer meio é justificado. O
problema é que elas também serão vítimas um dia, como se tem verificado em
fatos recentes, com a prisão de vários governistas “mensageiros”.
Concluo dizendo que é
preciso afogar o mal que estão querendo disseminar em nossas escolas com a
abundância de luz e de verdade. É preciso formar muito bem e desde cedo as
nossas crianças lhes ensinando que o homem e a mulher são iguais em uma série
de aspectos metafísicos, antropológicos e de cidadania, mas também são muito
diferentes em vários aspectos biológicos, psicológicos e espirituais. É preciso
que descubram e se encantem com a beleza das qualidades
inatas próprias de cada sexo e como elas podem ser potencializadas
quando existe um trabalho sério de educação personalizada.
É importante também
que saibam que existem muitos outros aspectos, tanto da masculinidade como da
feminilidade, que devem ser ensinados e estimulados na família e na escola. Por
fim, que o homem e a mulher não precisam viver, como acreditam os ideólogos do gênero,
em estado de guerra ou de competição, mas cada um tem que contribuir com seus
dons e talentos próprios para uma maior harmonia familiar e social. Ambos devem
se complementar e nessa simbiose existencial cada um colaborar na construção de
sua própria identidade pessoal, de forma a consolidar a identidade da família,
célula básica de toda sociedade.
Portal da Família –
João Malheiros - Doutor em Educação pela UFRJ e diretor do Centro Cultural e
Universitário de Botafogo.
Por Diácono Rilvan
Stutz
Igreja Presbiteriana
do Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seja bem vindo, obrigado e volte mais vezes...