A desenfreada luta pela sobrevivência econômica, social e emocional tem
feito muita gente exagerar na preocupação consigo mesma e esquecer-se de quem
está ao lado – seja colega, vizinho, amigo ou parente. É claro que, como ensina
a Psicologia, precisamos ter auto-estima e amor próprio como condição para
termos uma saudável e harmoniosa convivência com as outras pessoas. Mas há um
limite além do qual a auto-supervalorização passa a ser narcisismo ou egoísmo -
e então ficamos a um pequeno passo da invasão dos direitos alheios.
Alem do mais, ninguém vai muito longe sozinho. Precisamos da convivência
comunitária, precisamos de companhias, precisamos de amigos, precisamos de
colegas.
Pessoas continuam sofrendo em todas as partes do globo – inclusive nas
empresas. É impressionante a quantidade de “sofredores anônimos” nas
empresas. São aqueles colegas que, às vezes, até adquirem a fama de “travados”,
caladões, esquisitos, emburrados... E que, na verdade, estão emitindo um mudo
pedido de socorro. Em muitos deles, o silêncio é mais eloqüente que um grito.
Só que eles não têm estrutura, condições ou coragem para “abrir o coração” de
forma explícita, devido ao medo de serem vistos como fracos problemáticos ou
até incompetentes.
“Problemas pessoais devem
ficar em casa!”
Ainda há gestores no mercado que acreditam nisso
e praticam essa ultrapassada premissa. A esses gestores deveria ser perguntado
em que parte do corpo fica o botão que liga e desliga os sentimentos e emoções
das pessoas. Claro que empresa não é casa de beneficência nem é de se esperar
que as reuniões de trabalho se transformem em muro de lamentações ou terapia de
grupo. Refiro-me á ação cooperativa, espontânea e freqüente dos colegas
entre si, pela prática da empatia, da solidariedade, da sensibilidade, da
afetividade.
O que acontece em toda a empresa ou no mundo inteiro diz respeito a cada um
de nós porque, de alguma forma, nos afeta. Metaforicamente, a Teoria
do Caos diz que “uma borboleta batendo asas na Amazônia pode provocar
um furacão no Texas”. Isso pretende reforçar que o mundo está conectado e todos
seus habitantes interagem independente das distâncias.
Se não podemos ajudar diretamente aos milhões de desempregados, famintos,
abandonados e carentes do mundo inteiro, podem fazer a nossa parte dentro do
pequeno universo em que vivemos diariamente: a família, o bairro, a comunidade,
o local de trabalho. E não adianta pensar que “eu não tenho nada com isso” ou
“cada um que cuide de si”. Este é o infrutífero egoísmo a que nos
referimos no inicio deste artigo.
A maioria dos profissionais vive a maior parte do seu tempo no local de
trabalho, muito mais do que com sua família. Diante disso, o mínimo que cada um
pode fazer é contribuir para que esse local de trabalho, sem prejuízo do
profissionalismo, seja gratificante, agradável, harmonioso - e para isso é
fundamental a convivência pacifica e produtiva com os colegas, inclusive com as
chefias.
Saiba que, de alguma forma, o problema do porteiro, da moça que serve o
café, do vendedor, do mecânico, do presidente, da secretária, de quem quer que
seja numa empresa – tem a ver com você e certamente você poderá fazer alguma
coisa para ajudar, desde que queira e que saiba observar e aproveitar as
oportunidades para ajudar. Que os profissionais do mercado procurem lembrar
sempre do bater de asas da borboleta na Amazônia. E se isso não bastar, que
lembrem também do que disse o poeta John Donne: “Nenhum Homem é uma ilha,
isolado em si próprio. A morte de qualquer pessoa me diminui porque estou
envolvido com a Humanidade. Portanto, nunca perguntes por quem os sinos dobram:
eles também dobram por ti”.
Qualquer que seja a empresa onde você esteja, certamente no seu local de
trabalho, há sinos tocando pertinho de você. Só não os ouve quem não quiser,
porque não existem corações surdos.
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