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sexta-feira, janeiro 30, 2015

O DIVÓRCIO ELEVA A POBRESA




Em entrevista concedida a “O Estado de São Paulo”, a coordenadora do Programa da Família das Nações Unidas, Renata Kaczmarska, que esteve no Brasil para celebrar o 20º Ano Internacional da Família, fez uma declaração interessante. Indagado a ela se considera o divórcio um problema, respondeu:

É um problema na medida em que tem impacto sobre as crianças. Um dado comprovado é que os filhos de um casal que se divorciou também têm grandes chances de se divorciar, talvez por eles não terem tido um bom modelo de família. E o divórcio também afeta a estabilidade, porque há mais chances de pobreza quando há só um provedor no lar.

O ser humano é muito mais que um agente econômico, como também sua dignidade supera imensamente a simples função econômica que desempenha na sociedade. Apesar disso, e feita com ênfase essa ressalva, também para o bom desempenho da economia a estabilidade da família presta a sua enorme contribuição.

Muitos pais atualmente enfrentam a dificuldade de conciliar a necessária dedicação à família com o trabalho profissional. Cada vez se exige mais dos trabalhadores. Ainda que as leis trabalhistas limitem a jornada, as exigências de metas, o afã de galgar postos melhores, ou mesmo a fuga das demais ocupações fazem que muitos profissionais dediquem muitas horas ao trabalho, deixando a família, em especial os filhos, sem a devida atenção.

E com os pais divorciados a situação se agrava. É inegável que sustentar duas casas é mais dispendioso. Com isso, pai e mãe deverão ocupar-se ainda mais com o trabalho, inclusive para conseguir mais recursos, o que por certo os privará mais ainda de dedicar tempo aos filhos. Além disso, a própria situação de separação dos pais limita o tempo que se passa com os filhos, especialmente daquele que não tem a guarda ou com quem eles não passam a maior parte dos dias.

Mas não é só o divórcio que tem reflexos negativos na economia. Também as crises conjugais trazem consequências negativas. Um trabalhador abalado emocionalmente é um trabalhador que em geral produz pouco e mal. Por isso, também por motivos pouco “altruístas” as empresas e o Estado deveriam se ocupar mais intensamente de que pai e mãe sejam felizes no relacionamento conjugal.

Todas as instituições são formadas por pessoas. E o ser humano não pode ser segmentado, ou seja, separar a mulher ou o homem que trabalha da sua condição de mãe, pai, esposa e esposo. A infelicidade conjugal reflete no trabalho e vice-versa.
Diante dessa constatação, talvez um grande equívoco seja pensar que, ao contrário do que ocorre com a preparação profissional, não haveria muito o que se fazer para se construir sobre bases sólidas a vida conjugal. O sucesso no relacionamento conjugal não é questão de sorte. Também ele é construído pelo esforço diário, dedicação, busca de melhora pessoal e também do estudo.

Exige-se dos pais e mães do nosso tempo que sejam profissionais da educação e também que encarem o próprio relacionamento com a mesma seriedade – ou mais ainda – com que se dedicam ao sucesso profissional. E isso não se consegue, no mais das vezes, com grandes façanhas, mas com pequenos gestos de cada dia, como lembrar-se de um telefonema para a esposa durante o dia, apenas para dizer que a ama, ou de fazer uma pequena surpresa que agrade o marido após um dia intenso de trabalho.

Os dados que a ONU nos traz já permitem concluir que família faz bem para a economia. E nós, não tão interessados no êxito econômico, mas na nossa felicidade e na daqueles que nos sãos próximos, podemos fazer eco dessa constatação – tão evidente – para dizer que família faz bem para o ser humano e para a subsistência da própria humanidade.



Diácono Rilvan Stutz
Serviço Social - Família em Ação
Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro