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domingo, julho 21, 2013

O QUE TENHO A DIZER: “O GIGANTE ACORDOU?”



EDIFICAÇÃO


 



Pão e circo. Era a política adotada pelo antigo império romano. Consistia na distribuição gratuita de pão e no estabelecimento da diversão através dos jogos nas arenas. Muitos dos nossos irmãos em Cristo foram mortos trucidados por leões, decapitados, descerebrados, queimados vivos para deleite da multidão nos circos romanos. Garantida a diversão e a comida. Os governantes mantinham o povo calado aos seus descalabros.



Pão e circo. Esta também tem sido a estratégia histórica dos gerentes do Brasil. Ao longo dos governos que se sucedem, pão e circo têm sido os pilares da política, no que tange a população. O governo Lula acreditou que ao comprar o direito de organizar a copa do mundo e as olimpíadas, havia adquirido a tranquilidade do circo até o ano de 2016, já que as migalhas de pão já abasteciam o estômago dos brasileiros via programas de bolsas fartamente distribuídos.

Só que esta política tem um prazo de caducidade. E os mandatários não perceberam que o pavio do barril de pólvora estava tão curto. Na França esta política chegou ao fim com a explosão da Revolução Francesa. Conta-se que um dos estopins foi o desdém da imperatriz Maria Antonieta que, ao ser informado da revolta popular pela falta de pão, mandou que passassem a comer brioches. A partir daí começou uma série de protestos que culminaram com a tomada da bastilha e a Revolução que imprimiu no mundo os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Não é o governo Lula ou Dilma que são os únicos responsáveis. A insatisfação toma conta desta nação desde os anos de chumbo, a frustrada campanha das “Diretas Já”, passando pelo impeachment que tirou um governo acusado de corrupção e colocou outro tão ou mais corrupto no lugar, pelo sociólogo progressista que mandou esquecer tudo o que havia escrito antes, chegando ao metalúrgico de origem humilde que se encantou com os rapapés do poder e a ex-guerrilheira que se submeteu docemente ao projeto de poder do seu mentor. Desde o governo de extrema direita de Fernando Collor até o que poderia ser chamado de ultra-esquerda de Dilma, já tentamos todos os espectros políticos.

Fato é que pão e circo continuam sendo as estratégias para os poderosos se manterem no poder e manter a população calada. Fato é que cada brasileiro trabalha em média cinco meses por ano como escravo para sustentar um sistema que só lhe dá pão e circo.

A copa da FIFA representou uma tapa na cara da população. Equivaleu, como estopim, aos brioches sugeridos por Maria Antonieta. O aumento das passagens de ônibus em São Paulo foi o fósforo que acendeu um paiol de indignação acumulada em décadas de descaso, muitas vezes sendo massa de manobra para sustentar projetos de poder. Aqueles que, vinte anos atrás, criticavam os excessos da repressão são os mesmos que agora comandam os excessos da polícia. Os que lutavam pelo direito de greve, são os mesmos que as reprimem sem demonstrar nenhuma sensibilidade. Por isso, até em cidades onde não houve aumento de preço dos transportes públicos, a população foi às ruas clamar por saúde, educação, segurança e, principalmente, respeito.

Nós somos cidadãos dos céus, mas não podemos nos fazer de surdos ao clamor dos oprimidos. Quando Martin Luther King Júnior tornou-se líder da marcha pelos direitos civis, ele estava cumprindo em sua vida as palavras de Cristo que nos chama a lutar pela justiça. Quando os avalistas do império britânico inspiraram o bloqueio dos navios negreiros, iniciando o processo de extinção da escravatura no mundo, estavam patrocinando a justiça. 

Quando o profeta Isaías escreveu sobre qual o jejum que agrada a Deus, ele estava pregando a justiça. Estes exemplos devem ser seguidos por nós.

Não estou convocando você a ir a passeatas, creio que é uma decisão que deve levar em conta cada situação e pessoas envolvidas, mas não podemos nem devemos nos omitir. Não desejo fazer desse espaço um palanque, mas sei que ser cristão nunca foi sinônimo de alienação, sempre significou lutar pela causa dos excluídos. Então lute por esse povo que sofre com o que estiver ao seu alcance: orar, interceder, protestar, trabalhar, pregar a Palavra, conscientizar. Mantenha acesa a chama que arde com fome e sede de justiça e que alimentou homens e mulheres de Deus no passado. Use os dons e talentos que Ele lhe deu.

Sei que há manipuladores, aproveitadores e todo tipo de canalhas que estão tentando se beneficiar deste momento. Não se pode esperar que mais de um milhão de pessoas fosse às ruas no país mais violento do mundo e não tenham vândalos e marginais infiltrados. Vândalos e marginais que também são retrato do descaso a que foi relegado este povo.

Sei que tudo isto pode ser o início de um novo país. Também sei que tem grande possibilidade de dar em nada, como outras manifestações ao longo da nossa história. Mas uma coisa não pode ser negada, a legitimidade da insatisfação popular que tem levado milhões a sair da segurança de sua casa para correr o risco de exigir um país melhor.


Chega de pão e circo.




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