
Antes, porém, de achar a dose certa, é preciso entender o que é autoridade. Sem pretender formular um conceito científico, gosto da definição de autoridade como sendo um tipo de influência exercida pelo que manda para o bem do que obedece. Há uma relação de poder e de sujeição no exercício da autoridade, mas essa somente é legítima se exercida em benefício de quem a ela está sujeito.
No entanto, é conhecida a afirmação de que “ninguém pode dar o que não tem”. Assim, para exercer a autoridade, os pais têm de adquiri-la antes. E ela não será verdadeiramente exercida se faltar o prestígio dos pais. E o prestígio se obtém na luta por adquirir virtudes, tais como serenidade, naturalidade, bom humor, dedicação, saber escutar, compreender, desculpar, exigir, coerência, constância, fortaleza, dentre outras. Por exemplo, os pais que se esforçam por ser leais aos compromissos assumidos e que também se esforçam por estar presentes nas reuniões escolares de seus filhos adquirem um grande prestígio com eles.
Também é muito importante que haja sintonia entre o pai e a mãe. Nada enfraquece mais a autoridade do que discutirem na frente dos filhos. É natural que haja divergências na hora de decidir, por exemplo, se é conveniente ou não ir à excursão da escola. Nesse caso, ambos devem decidir a sós e, tomada a decisão, seja ela qual for, diante do filho ou da filha a decisão deve ser dos dois, sem mais discussões e, certa ou errada, ambos assumem a responsabilidade.
O mau exercício da autoridade traz graves conseqüências para os filhos, inclusive em sua fase adulta. Um desses desvios de autoridade é o paternalismo, que consiste na figura do “super-pai” ou da “super-mãe”, que são aqueles que fazem tudo para os filhos, por exemplo, têm eles já oito anos e ainda sequer colocam o uniforme da escola sozinhos. Nesse caso, na fase adulta, costumam ser muito indecisos e inseguros.
Outro desvio é o autoritarismo, que é o pai ou a mãe extremamente severo, que incute no filho forte temor de modo que se obedece exclusivamente por medo. Nesse caso, costuma-se surgir dois tipos de conseqüências. Uma delas é que surjam filhos hipócritas, ou seja, como estão acostumados a obedecer apenas por medo, pensam que podem fazer qualquer coisa errada, conquanto que não o descubram. Outra conseqüência desse mau uso da autoridade é que os filhos sejam submissos, dependentes dos pais, mesmo na fase adulta e já com família constituída.=
Exmo Sr. Juiz Fábio Henrique Prado de Toledo
Juiz de Direito em Campinas - Articulista do Correio Popular
Baicharel em Direito Universidade de São Paulo
Conselho de Administração Colegio Nautas.



Exmo Sr. Juiz Fábio H. Prado de Toledo
Diác. Rilvan Stutz - Membro Shvoong
Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro

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