Versículo do Momento

LEIA A BÍBLIA

terça-feira, abril 28, 2015

CRUZ – CRUCIFICAÇÃO

"mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo." (Gálatas 6:14)

Eu já li esse versículo uma centena de vezes. 

Mas ele nunca tinha saltado aos meus olhos desta forma, admito. 

A cruz de Cristo serviu para, pasme, crucificar. 

Às vezes a gente complica coisas que são tão simples, tão singelas, tão elementares. 

Não há o que dizer, não há argumentos, não há filosofia ou pensamento secundário. 

Pela cruz somos crucificados. 

Paulo escreveu isso aos irmãos Gálatas com tanta clareza e simplicidade que me envergonho de não ter percebido antes. Pense comigo: era necessário morrer para apagar o meu pecado diante do Pai. 

Aliás, era uma lista de pecados que pesavam contra mim cujo preço era a morte. Jesus de Nazaré encarou a bronca, foi para a cruz no meu lugar. 

Portanto, o mundo está crucificado para mim e eu para ele. Ou seja, pela cruz eu sou crucificado. Simples assim. 

O que eu preciso é apenas olhar para esse mundo, suas tentações, seus apelos, seus chamados, suas alegrias, seus convites - e dizer não, pois ele está crucificado para mim. 

Se eu morri naquela cruz juntamente com Cristo, não tem mais o que negociar. 

Não preciso pensar nem argumentar. Meu ego, minha vontade, minhas opiniões, meus desejos, minhas paixões... tudo foi crucificado, pois pertencem a este mundo. 

O que talvez muitas pessoas custem a compreender, ou se neguem a aceitar, é que a cruz não é uma troca da morte de um pela vida de outro. 

Leia atentamente o livro de Levítico e veja que a justiça de Deus é baseada em equilíbrio: Vide "olho por olho, dente por dente". 

Portanto, a morte de Jesus na cruz é morte na cruz para mim e para você. 

A única troca é que Jesus precisou morrer fisicamente naquela cruz para ressuscitar glorificado, enquanto que nós morremos naquela cruz para este mundo e não fisicamente. Morre nosso ego, não nossa biologia. 

A seu tempo, obviamente, nosso corpo também morrerá. 

O mais lindo disso tudo é que eu posso aceitar isso ou não, mas a minha decisão não mudará os fatos. Jesus morreu por mim e o que "devo" a Ele é estar crucificado para esse mundo. É um sacrifício diferente, mas não deixa de ser um sacrifício. 

Dias atrás eu conversava com um cliente em sua empresa, um homem bem sucedido financeiramente com seus 73 anos de idade. 

Ele me disse "eu passei dos 70 estou no lucro". 

Eu retruquei "eu passei dos 19, estou no lucro". 

A estranheza dele me permitiu explicar que me converti aos 19 anos, quando fui crucificado para este mundo. 

Eu trabalho para ter sustento, não é o que dá sentido para minha vida. 

Se sou engenheiro, médico, jardineiro, motorista, bancário, pastor - é apenas um trabalho. 

A minha vida tem sentido naquela cruz, onde fui sentenciado a morrer para este mundo e viver eternamente no Reino de Deus. 

Simples, completamente simples. Um morreu por mim, eu morro para o mundo, o mundo morre para mim. 

Chame como quiser. 

É simples. "Senhor, ajuda-me a compreender a simplicidade de focar minha vida em Ti e no Teu Reino. 

Crucificar minha vontade e minhas opiniões é doloroso, mas é menos do que Jesus fez por mim."

segunda-feira, abril 20, 2015

QUANTOS DIAS ESTAMOS VIVENDO?

"Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância" (João 10:10). 

"Se eu olhar para toda a minha vida até aqui, eu certamente direi que vivi no máximo um mês." (Al Franken) 

Muitas vezes passamos pela vida e não vivemos. 

Corremos com sofreguidão atrás de sonhos e nunca os realizamos. 

Procuramos descobrir onde estamos e verificamos que não chegamos a lugar algum. 

Empenhamo-nos em buscar a felicidade e jamais a encontramos. 

E por que isso acontece? 

Qual a verdadeira causa de nossas frustrações ? 

Por que acumulamos decepções e mais decepções? 

Onde está a nossa falha? 

A resposta é pequena e simples: passamos a vida longe do Senhor Jesus. 

Só Ele nos conduz por caminhos de alegria.

Só Ele nos faz perseverar mesmo quando tudo dá errado.

Só Ele pode iluminar os ambientes obscuros pelos quais passamos.

Só Ele nos estimula a ter fé, quando todos nos dizem que "não adianta mais".

Só Ele nos diz que somos "mais que vencedores" mesmo quando nos deparamos com fragorosa derrota. 

Jesus veio nos trazer vida abundante e eterna! 

E quando aceitamos a vida abundante e verdadeira que Ele nos oferece, vivemos cada dia com amor, com esperança, com determinação, com a certeza de que tudo vai bem. 

Com Cristo vivemos um mês em cada mês, um ano em cada ano. 

Todos os dias, sejam bons ou ruins, serão de bênçãos e edificação para nossa vida espiritual. 

Queremos viver todos os dias, todas as situações, todos os momentos de conquistas e todos os momentos de lutas e dificuldades. 

Queremos andar de mãos dadas com o Senhor, confiar plenamente nEle, descansar sob Sua proteção. 

E, se algum dia tivermos que olhar para trás para saber o que consideramos, realmente, vida, queremos dizer com grande regozijo: "Vivi todos os dias! 

Cristo estava comigo e em cada um deles eu experimentei a felicidade."

domingo, abril 12, 2015

VOCÊ TEM ALGUM PEDIDO A FAZER?

"E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei" (João 14:13

Lorde Walter Raleigh constantemente fazia pedidos à Rainha Elizabeth em nome de condenados. Certa vez, a Rainha lhe perguntou: "Lorde Walter, quando deixará de ser um pedinte?" 

"Quando Vossa Majestade deixar de atender meus pedidos", respondeu ele. 

Para nós, cristãos, é maravilhoso saber que o Senhor é fonte inesgotável de bênçãos! 

Ele nunca se cansa de nos atender. 

Está sempre pronto a estender as mãos e nos socorrer nas horas de tristeza e angústia. 

Deleita-se em comemorar conosco cada vitória. 

Sempre que necessitamos de algo para nossa edificação, nós o buscamos e o achamos. 

Ele jamais se esconde de nós, jamais deixa de "atender o telefone" do Céu quando estamos aflitos, jamais arruma uma desculpa para se mostrar omisso. 

Ele está sempre ali, atento, interessado, respondendo com um sorriso inigualável: "Conte comigo... Eu amo você". 

Não nos sentimos bem pedindo alguma coisa aos que não desejam nos atender. 

Ficamos incomodados quando precisamos do favor de alguém que provavelmente nos ignorará. 

Mas, isso nunca acontece quando buscamos ao Senhor. 

Ele nos trata com amor, com ternura, com o carinho de que mais necessitamos em determinados momentos. 

Como é bom ter um Senhor tão amoroso! 

Se estamos necessitando de mais amor no coração, a quem deveremos pedir? 

Ao Senhor! 

Se falta-nos fé para alcançar nossos objetivos, onde a encontraremos? 

No Senhor! 

Se o desânimo toma conta de nós, depois de muitos fracassos e decepções, onde poderemos descansar? 

Nos braços do Senhor, que renovará nossas forças e nos encherá de motivação para seguir adiante, até que, enfim, alcancemos a vitória almejada. 

Você tem algum pedido a fazer? 

Faça-o agora ao Senhor.

segunda-feira, abril 06, 2015

AOS PASTORES, PRESBÍTEROS E DIÁCONOS QUE MENTIRAM EM SUA ORDENAÇÃO

  Rev. Ewerton B. Tokashiki

A sua ordenação foi um ato de singular importância. No Conselho da Igreja local, ou numa Reunião do Presbitério, ou num culto público, você respondeu solenemente algumas perguntas, diante de Deus, das autoridades instituídas por Ele, tendo parte da Igreja de Cristo como testemunha. Após ter se comprometido com um claro e audível SIM, você se ajoelhou, num ato de submissão, e demonstrando verbalmente aceitação e compromisso confessional, foram impostas mãos sobre a sua cabeça para a ordenação como um oficial da IPB!

Alguns dias depois você começa em suas conversações a desdizer o que declarou publicamente. Os seus sermões, estudos, e simples conversas informais levantam discordância da identidade confessional da IPB. Apresenta-se mais "aberto", mais tolerante, e fala num tom mais inteligente e atraente do que os tradicionais, a quem se refere como obscurantistas e frios! Critica o crescimento da igreja local e da IPB, questiona a rigidez da teologia, bem como o desprezo gratuito pelo neopentecostalismo, e começa a afirmar que precisamos de sermos mais práticos, mais piedosos, mais fervorosos, entretanto, o seu discurso não é em direção da verdadeira piedade e sim para uma mudança de paradigma. A liderança adota nova linguagem: vivemos para relacionamentos e para uma nova visão! Assim, se investe em estrutura, marketing, slogans, expressões afetivas e menos conteúdo doutrinário, menos profundidade bíblica.

Em seguida, você fala abertamente de suas discordâncias doutrinárias. Por exemplo, afirma ser a favor da contemporaneidade dos dons revelacionais! Dá oportunidade para que os irmãos "manifestem" estes dons [línguas e profecias] casos os tenham ou queiram buscá-los! E que não tenham medo do presbitério, afinal, eles têm a chancela do pastor e dos presbíteros. Toda experiência espiritual é válida e deve ser buscada ...

O culto passa a ser mais musical, menos pregação, mais oportunidade aos irmãos, mais experiência e menos Escritura. O emocionalismo toma conta! O fervor emocional, sincero acima de tudo, domina o ambiente e faz com que as pessoas comecem a manifestar as suas experiências "com o Espírito". A partir daí algumas caem, outras choram, pulam, ou andam de um lado para o outro, e outros ficam assustados por não saberem discernir o que está acontecendo. Então o pastor declara, ratificando o momento, que tudo é obra do Espírito Santo. Duvidar é pecar contra Ele, é correr o risco de blasfemar! E, quem é que vai questionar?

A identidade confessional acabou. Acabou a ordem, acabou a centralidade da Escritura, findou a ordem e decência do culto, esgotou a vergonha de mentir, não existe mais qualquer compromisso com os juramentos feitos no dia da ordenação! A santidade divorciou-se da ética. Manter a palavra do juramento solene é algo completamente ignorado, senão intencionalmente desprezado. Nesta altura o "seja o seu ‘sim’, ‘sim’, e o seu ‘não’, ‘não’" (Mateus 5:37) é esquecido. A desonestidade causa amnésia ética confessional.

Tudo virou uma mentira. Você é um oficial presbiteriano, quer seja pastor, presbítero ou diácono, mas na realidade, intencionalmente ignora, despreza, ou ridiculariza a identidade confessional da IPB. Tudo o que você herdou é substituído por modelos do pentecostalismo. Todo seu treinamento teológico é cambiado por livretos, doutrinas e materiais que afrontam as decisões do Supremo Concílio da IPB, bem como os Padrões de Fé de Westminster.
  
Por isso, desejo apenas lembrar as perguntas que algum tempo foram questionadas em sua ordenação:

Perguntas constitucionais de ordenação

1º. Vocês confessam crer que as Escrituras do Velho e Novo Testamento são a Palavra de Deus, e que esta palavra é a única regra infalível de fé e prática?

2º. Vocês recebem e adotam a Confissão de Fé e os Catecismos desta Igreja como fiel exposição do sistema de doutrina ensinado nas Santas Escrituras?

3º. Vocês sustentam e aprovam o Governo e a Disciplina da Igreja Presbiteriana do Brasil?

4º. Vocês aceitam o ofício [presbíteros regentes e diáconos] desta Igreja, e prometem desempenhar fielmente todos os deveres deste cargo?

5º. Prometem, ainda, procurar manter e promover a paz, a unidade, a edificação e a pureza da Igreja?

 A Escritura Sagrada adverte: "não mintam uns aos outros, visto que vocês já se despiram do velho homem com suas práticas e se revestiram do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador." (Colossenses 3:9-10)

quinta-feira, abril 02, 2015

ESCOLHENDO OS NOSSOS DIÁCONOS; CRITÉRIO APOSTÓLICO PARA ELEIÇÃO DE OFICIAIS

Periodicamente as igrejas evangélicas precisam promover a eleição e consagração de oficiais eclesiásticos, sejam presbíteros ou diáconos. Cada comunidade adota determinados critérios, levando em conta a maturidade espiritual, o dom específico aparente, a disponibilidade em servir e etc. Infelizmente, também há relatos de um processo mais político do que bíblico em tais escolhas e também há os casos em que os oficiais foram eleitos por antiguidade ou popularidade entre os irmãos. Curiosamente não são justificados critérios heterodoxos na escolha de oficiais, pois este é um tema que as Escrituras Sagradas tratam com extrema clareza em determinados textos do Novo Testamento (Atos 6.3; 1 Timóteo 1-13; 5.17; Tt 1.5-11). 

No primeiro deles em destaque entre os parênteses, lemos sobre a eleição dos primeiros diáconos na história do cristianismo e para o mesmo foram empregados critérios pelos apóstolos a fim de que a igreja de Jerusalém (Igreja Primitiva) fizesse uma escolha satisfatória. “Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço” (Atos 6.3). 

Atos capítulo 6 relata um momento interessante na história da igreja primitiva. Muitos dos judeus helênicos que se converteram na pregação de Pedro (Atos 2.14-41) se recusaram a voltar para seus países de origem (Atos 2.9-11), criando uma situação social crítica para a igreja que precisou resolver as demandas materiais do grupo (Atos 2.45). Entre as necessidades mais básicas estavam as cestas de provisões que eram distribuídas diariamente para as viúvas. Acontece que entre as mesmas havia as naturais de Israel e aquelas que também eram judias, mas nascidas ou habitantes de outras nações. Uma má distribuição estava acontecendo, gerando críticas por parte do grupo prejudicado (viúvas helênicas). Para promover a equidade no tratamento para com aquelas mulheres, os apóstolos decidem pela indicação de sete irmãos que pudessem distribuir as provisões de forma que todos ficassem satisfeitos. É nesse momento que lemos a orientação apostólica: “Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço”. É verdade que ainda é discutido se tais homens equivalem aos nossos atuais diáconos. Há intérpretes que não vêem nenhuma relação daqueles com os oficiais de hoje. Outros, entretanto, enxergam no texto o embrião do oficialato da igreja. Partindo deste segundo pressuposto, vejamos quais os critérios indicados na orientação dos apóstolos para aqueles que desejam servir a Deus como diáconos. 

1 – “Escolhei dentre vós” (Critério Eclesial) 

– O diácono deve sair da própria comunidade da fé. Ele não deve ser um agente externo na sua igreja. A igreja deve gerá-lo, formá-lo, produzi-lo. O saudoso Rev. Manoel da Silveira Porto Filho (pastor e teólogo congregacional) costumava dizer que a “Igreja é minha mãe; dela me alimento; dela me educo”. A comunidade da fé deve ser um ambiente saudável para a formação de seus oficiais. Tanto diáconos, como presbíteros e também pastores. Igrejas saudáveis produzem obreiros saudáveis. Igrejas maduras produzem obreiros maduros. Os apóstolos não titubearam em sugerir a escolha entre aqueles irmãos da primeira comunidade cristã, pois, a despeito de sua incipiência, a igreja primitiva demonstrava saúde e maturidade, apesar de suas imperfeições (a própria crise geradora da necessidade da escolha dos diáconos revela isso). 

Os apóstolos não se sobrecarregaram com a tarefa da distribuição de alimentos. Não julgaram que somente eles poderiam resolver aquele problema. Não tentaram algum monopólio sobre a igreja, mas, ao contrário disso, convocaram os crentes para o serviço e entenderam que os tais também eram dotados e capazes de servir com qualidade a igreja de Jesus Cristo. Além disso, é digno de nota a democracia praticada na questão, pois os apóstolos, mesmo gozando de grande estima pelos irmãos, não tentaram escolher os que serviriam às mesas. 

Ao contrário, deixou que os próprios da comunidade os escolhessem. Os apóstolos estabeleceram os critérios, mas a escolha coube a igreja (congregacionalismo). Outro aspecto importante, é que os sete diáconos levantados (Estevão, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau) foram reconhecidos como dotados das capacitações para o ministério. Isto é importante de ressaltarmos, porquanto é evidente que no seio da igreja ninguém precisa lutar por reconhecimento, pois este é patente aos olhos dos santos. Quando alguém é chamado pelo Senhor, a igreja, naturalmente, reconhece. Os irmãos o escolhem “dentre eles”.

2 - “Boa reputação” (Critério Ético)

– O segundo critério para escolha dos diáconos, apontado pelos apóstolos, foi ético. Os homens levantados para servir na comunidade da fé deveriam ser de boa reputação; de boa conduta; de bom testemunho; aceitos pela comunidade; vistos como sérios; como homens em que nada se podia acusar; respeitáveis; modelos; padrões; dignos de confiança. Como sabemos, no contexto de Atos 6, os diáconos estavam sendo levantados para distribuir os recursos materiais entre as viúvas pobres, logo, eles teriam que lidar com dinheiro e outros recursos e, sendo assim, precisavam, então, ter a confiança dos apóstolos e também do povo da grei. Portanto, houve, é claro, critérios subjetivos, como a unção do Espírito Santo, mas também foram observadas a vida prática e cotidiana dos candidatos à diaconia. A liderança eclesiástica deve ser ocupada por homens e mulheres que reflitam a face de Cristo e honrem o bom nome do Senhor Jesus Cristo para serem modelos e exemplos a todos os que os vêem atuando na seara do Senhor! 

3- “Cheios do Espírito Santo” (Critério Espiritual) 

– O terceiro critério para escolha dos diáconos, apontado pelos apóstolos, foi espiritual. Os homens levantados para servir na comunidade da fé deveriam ser “cheios do Espírito Santo”. Na verdade, este é o critério mais importante de todos, pois é o que caracteriza o serviço dos santos na seara do Senhor, porquanto ninguém deve ousar servi-LO sem ter a sua unção. Não conseguiremos executar nosso serviço sem a presença do Espírito de Deus, pois é Ele quem derrama poder sobre nossas vidas para que a obra de Deus seja realizada. Não adianta termos disposição, eficiência, habilidade e boa vontade. Para o ministério cristão a unção é imprescindível. No contexto de Atos 6, aprendemos que os diáconos foram levantados para distribuir cestas básicas para as viúvas e mesmo para um serviço tão óbvio e simples, pois bastava saber quem eram as viúvas necessitadas, cadastrá-las e distribuir os mantimentos, mas apesar da obviedade, os apóstolos entenderam que para o serviço deveria ser alguém com poder do alto para realizá-lo. Deveria ser “cheio do Espírito Santo”. Que poderosa lição! Que poderosa advertência! Deus não quer carnais na sua obra. Deus não quer indolentes, preguiçosos e derrotados. Deus quer homens e mulheres simples, mas cheios do Espírito. Que levantemos nossas mãos para a obra de Deus, somente depois de recebermos sua unção e se tivermos comunhão com o Espírito. É um erro supormos que pelo fato de um ministério na igreja ter uma característica mais administrativa (patrimônio, zeladoria, cantina, ação social e etc.) que não devemos ser cheios do Espírito Santo para exercê-lo. No Reino de Deus, seja qual for o serviço, é fundamental a unção e o controle do Espírito sobre nós. 

4 – “E de Sabedoria” (Critério Intelectual) 

– O quarto critério para escolha dos diáconos, apontado pelos apóstolos, foi intelectual. Os homens levantados para servir na comunidade da fé deveriam ser cheios de sabedoria, pois teriam que lidar com as demandas dos irmãos que precisariam de socorro e alívio. Como o contexto da passagem indica que o socorro aos aflitos era o “pano de fundo” da escolha daqueles homens, significa, então, que eles teriam que saber distinguir quem eram realmente os carentes dos que apenas tentavam se aproveitar da generosidade e visão social dos primeiros cristãos. Para tanto, seria fundamental o bom senso; a percepção; a distinção entre os tipos de problemas e as devidas soluções. Destarte, para o bom desempenho de suas funções, aqueles diáconos precisavam ser sábios. 

Homens de bom senso. Que saberiam usar a mente de Cristo (1 Co 2.16). Toda liderança cristã precisa ser dotada desta capacidade (1 Co 12. 8). Saber quais os caminhos a serem escolhidos diante de uma situação. Saber tomar providências. Encontrar soluções práticas. Ter uma palavra sóbria, de direção, de conforto, de ajuda, de construção, de edificação, de reconciliação, de apoio e de esperança. Perceba que os apóstolos precisaram de homens “cheios de sabedoria” para os auxiliarem na tarefa da condução da igreja. 

Semelhantemente, os pastores hoje também precisam estar cercados de gente assim. De gente sábia, que o ajude na sublime tarefa de levar as ovelhas aos pastos verdes e às águas tranquilas. 

5 – “... aos quais encarregaremos deste serviço” (Critério Carismático) 

– O quinto e último critério para escolha dos diáconos, apontado pelos apóstolos, foi carismático. Os escolhidos para diaconia deveriam estar dispostos e terem os dons necessários para o serviço indicado. Afinal, eles eram cientes das demandas do ministério, logo, se aceitaram a função, deveriam cumpri-la, pois esta era a expectativa dos apóstolos e também da própria comunidade da fé Os sete diáconos que são eleitos sabiam sobre o que lhes aguardavam. Isso é importante de entendermos, pois há muitos que aceitam a indicação para um ministério, mas que, quando chega a hora do serviço, não querem cumprir. 

O diácono, como já vimos nas pastorais anteriores, deve ser alguém disposto a visita, ao serviço na liturgia, ao socorro aos necessitados, às reuniões de oração, às reuniões de edificação, às reuniões administrativas, às devocionais que serão promovidas pelo pastor. Quando os apóstolos declararam que os diáconos seriam encarregados naquele serviço, estavam se referindo especificamente a distribuição de alimentos (Atos 6.1-3), portanto, nenhum daqueles homens levantados poderia se negar a fazer, pois viram as necessidades e aceitaram supri-la. Para o exercício de um ministério o dom, a vocação, o talento, a habilidade, a inclinação são fundamentais. Sem o carisma (dom) de Deus não cumpriremos nossa missão. Pense nisso! 

Conclusão 

Wayne Gruden, teólogo batista norte-americano, afirma que quando estruturamos nossas igrejas descuidando do respaldo bíblico, terminamos por diminuir a força das Escrituras Sagradas entre nós. Portanto, como igreja protestantes que somos, cujo um dos pilares mais importantes é o Sola Scriptura (Somente a Escritura), devemos, na hora de escolhermos nossos oficiais, observar com esmero o que a Palavra de Deus nos ensina acerca do assunto. Um exame detido de Atos 6.3 e 1 Timóteo 3.1-12, 5.17 e Tito 1.5-11 deverão nortear nossa escolhas para que as façamos levando em conta as orientações de Deus sobre aqueles que devem servir em sua seara. Que Assim seja!