No quarto capítulo do segundo livro dos Reis
conta-se a história de uma mulher. Era uma viúva. Seu falecido esposo havia lhe
deixado dois filhos. Na antiguidade o esposo era a única fonte de sustento de
uma família e a morte de seu esposo significava também sérias dificuldades
financeiras. Nem sempre elas eram aceitas de volta à casa paterna. Muitas
viúvas roubadas, enganadas muitas vezes eram levadas à mendicância e, em
situações extremas, à prostituição. Além dos dois filhos ela também herdou
dívidas. Dívidas que não podia pagar.
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O desespero tomou conta do coração da
mulher. Os credores impacientes cobravam a dívida e, sabendo da falta de
recursos, resolveram tomar-lhe os filhos para serem vendidos como escravos e
assim receberem o seu dinheiro.
Vender os filhos dos devedores para serem
escravos era uma prática comum. Mesmo as crianças.
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Um escravo não tinha direito a nada. Era um
simples objeto a servir para satisfazer os desejos do seu dono. Não eram raras
as notícias de crianças escravas sendo presas, espancadas e torturadas.
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Este parecia ser o destino irreversível dos
filhos daquela viúva. Com dificuldades até mesmo para conseguir o sustento
diário, como fazer para ganhar o dinheiro para pagar a dívida? Como salvar seus
filhos de tão cruel destino?
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Havia naquela época uma escola de profetas
que foi instituída por Samuel e seu esposo era um dos discípulos dos profetas.
O Targun, coletânea de tradições judaicas, dizia que o homem falecido era na
verdade Obadias, um valoroso homem, administrador da casa do rei Acabe, que
havia protegido e alimentado cem profetas que eram perseguidos pela cruel
Jezabel. De qualquer forma, o texto deixa claro que Eliseu conhecia o caráter
daquele homem. Por isso aquela mulher foi ter com ele.
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Ao chegar à presença do profeta, ela relatou
sua triste história e sua necessidade. Inicialmente, Eliseu, que era o líder
daquele grupo de profetas, buscou a solução mais pragmática: Quais seriam as
posses que aquela mulher tinha para vender e deste modo pagar a dívida. A
resposta dela era preocupante, a única coisa de valor que possuía era uma
botija, cerca de cinco litros, de azeite.
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O azeite era a coisa mais valiosa que ela
tinha em casa. Ele era usado como alimento, cosmético, para ungir os mortos,
como medicamento, para honrar os hóspedes, para iluminação. Devido às suas
múltiplas utilidades o azeite era um bem extremamente precioso. Era um dos
principais artigos para comércio, juntamente com o vinho e os cereais. Mas
aquela quantidade que a viúva possuía era suficiente apenas para seu uso
particular e, de forma alguma, chegaria perto do valor da dívida para livrar
seus filhos.
Não havia saída, não havia escapatória, não
havia alternativa. A derrota parecia inevitável. Mas é neste momento onde os
recursos humanos parecem esgotados, quando as forças se esvaem, quando a
vitória parece impossível, é aí que entra a mão forte do Senhor!
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Eliseu profetizou o caminho da vitória. Que
a viúva juntasse, que tomasse emprestado, não poucas vasilhas, e após isto se
trancasse em sua casa e derramasse o azeite, o valioso óleo, nas vasilhas
vazias. E assim a viúva o fez, ela derramou o conteúdo da botija em uma das
vasilhas e, para sua surpresa, a botija continuava cheia! Encheu a segunda
vasilha, a terceira, a quarta… Encheu todas as vasilhas, até a última, até que
acabando as vasilhas acabou também o azeite de correr.
=
O profeta então a orientou para que vendesse
o azeite e que ela e seus filhos passassem a viver do negócio. A mulher sem
futuro tornou-se uma empresária! Agora não tinha condições apenas para pagar a
dívida, mas também havia o suficiente para viver com dignidade. O Deus do
impossível estendeu a sua mão forte e intercedeu pelos seus queridos mais uma
vez!
=
Mas uma coisa em especial me chama a atenção
nesta história. Há um momento, enquanto a viúva derramava o conteúdo da botija
nas vasilhas, que ao terminar de encher uma vasilha ela pede a um dos filhos
que lhe traga outra para encher, mas não haviam mais vasilhas. É aí que
cessa a ação sobrenatural de Deus.
=
Você já parou para imaginar se esta viúva
separasse apenas dez, ou cinco, ou uma vasilha? Como ficaria seu coração ao
perceber que não foi suficientemente determinada em crer na promessa?
=
As vasilhas representavam a quantidade de fé
que a mulher tinha de que Deus cumpriria a palavra do profeta. Pouca fé
significaria poucas vasilhas e também representariam poucas bênçãos.
=
Via de regra é assim também em nossas
vidas. Deus deseja ardentemente abençoar e para ele nada é impossível, mas a
falta de fé limita o Seu agir. Muitos propagandeiam a sua crença
inabalável, mas a verdade é que a sua fé é apenas teórica, é fincada em
palavras e no suposto poder do pensamento e da vontade. Prostrados num
sofá, esperam apenas cumprir algum ritual em que o esforço seja mínimo,
sem buscar uma mudança de vida e de visão de mundo, sem expressar nenhuma
atitude prática de quem verdadeiramente crê.
=
Não adiantava àquela viúva apenas crer, como
se crê nos dias de hoje, era necessário sair do seu lugar, incomodar a sua
vizinhança, buscar diligentemente cada vasilha que pudesse estar disponível,
usar a criatividade, improvisar se necessário fosse. A vida daquela viúva
dependia da quantidade de vasilhas que ela pudesse juntar, assim como a sua
vida, caro leitor, depende do quanto você está disposto a sair do seu lugar e
mudar a sua história crendo que o Deus que prometeu é fiel para cumprir.
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A mulher só tinha duas opções: A primeira
seria se trancar em casa e lamentar seu destino, a perda dos filhos que seriam
escravizados, a vida de tristeza, derrota, mendicância, rejeição e miséria a
que estava condenada. Ou poderia ousar crer na promessa de Deus e cumprir
aquilo que Ele requeria para alcançar a vitória.
Ela escolheu a segunda opção. E você,
qual a sua escolha?
Quantas vasilhas você tem disponível?
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