"Se alguém não encontra a felicidade em si mesmo, é inútil que a procure noutro lugar”
Todos nós sabemos que ser feliz é um dos mais antigos direitos da humanidade. E também sabemos que não há ninguém que não mereça auferi-lo. Há, no entanto, quem pense nunca poder alcançar esse dom.
E isso resulta certa insatisfação e
de um conceito errado de o que é a felicidade. O homem foi criado para ser
feliz e seria insensato imaginar um Deus cujo prazer consistisse em submetê-lo
a contínuas desgraças.
Essa idéia seria demasiado humana
para ser divina e, quando assim pensamos, estamos a fazer um Criador à imagem
da nossa imbecilidade e à semelhança da nossa estupidez. Porém, a causa, é bem
diferente.
Neste mundo estereotipado em que
vivemos, a felicidade deixou de ser um ideal do indivíduo para ser uma
aspiração das multidões. Todos querem ser felizes da mesma maneira.
Convencionou-se que não há felicidade sem automóvel, sem uma casa repleta de
eletrodomésticos, de eletrônica, de móveis de estilo, de livros caros (mas que
nunca se lêem), de imitações de objetos e de quadros antigos (dos quais não se
sabe falar), sem roupas e calçado de marcas badaladas... Enfim e para resumir,
sem todos esses sinais exteriores de riqueza que por aí se veem.
Quanto a boas maneiras, civilidade,
educação ou cultura, tudo isso é secundário. O que é preciso é ter dinheiro. E
como nem todos o podem ter para se fazerem passar por aquilo que não são, daí a
"infelicidade" de muitos. Uma infelicidade que gera invejas, revoltas
e que, infelizmente, está a transformar a sociedade num viveiro de
insatisfeitos, de egoístas e de falsários.
Há na terra milhões de pessoas a
sonhar a mesma coisa e a desejar os mesmos bens. E é assim que os espíritos
simples se asfixiam numa atmosfera de estupidez. E são cada vez mais os que não
conseguem viver fora desse esquema.
Cada vez se deseja possuir mais.
Cresce dia a dia a inveja pelo vizinho. A ânsia de "também querer
ser" aumenta no sentido inverso do "querer fazer". Atropelam-se
os princípios mais sagrados para chegar mais depressa a um lugar que se cobiça,
mas que não se merece. O que mais interessa é "parecer".
É uma luta feroz e constante entre
aquilo que se tenta aparentar e a verdadeira realidade daquilo que se é.
Parece que fica assim, mais ou
menos, traçado, ainda que com pálidas pinceladas, o retrato daquele que quer
ostentar coisas superiores aos seus recursos e à sua mentalidade. E é esse, de
fato, o protótipo do verdadeiro infeliz.
E é tão fácil ser feliz!
Contentarmo-nos com o que temos e orgulharmo-nos de sermos, apenas, como somos,
é já o começo da felicidade.
Diác. Rilvan Stutz
Portal da Família - Aldeia
Igreja Presbiteriana
de Realengo – Rio de Janeiro
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