Em 2013, escrevi um artigo
intitulado “Sou Presbiteriano, Sim!” Na época, já percebia que algo não andava
bem, e tomaria corpo com impressionante rapidez. Algumas Igrejas começavam a ser “diferentes”.
Comentei que o que estava
acontecendo não deveria ser um problema, mas, sim, motivo de alegria. Afinal, ser Presbiteriano é, também,
respeitar as diferenças, mantendo as diretrizes e toda sua genuína formação
Bíblica e reformada.
Ser membro de uma Igreja é um
ato democrático livre: cada um toma o rumo que lhe convém e segue o ensino que
teve durante toda a vida. Observava, em épocas em épocas passadas, certos
costumes contrários a tradição Presbiteriana que aprendi. Enfim, existem diferenças.
Lutar para mudar algo é sempre
trabalhoso e perigoso! Lutar contra o que já é constituído, formado, não é uma
posição sempre correta – precisamos ter cuidado com “mudanças”, pois cabe aos
Concílios, no caso dos presbiterianos, rever qualquer com uma ação necessária,
principalmente no que diz respeito às mudanças.
Aprendi na Igreja a respeitar
sua Doutrina e a conhecer a Constituição; estudei a Confissão de Fé e tomei
conhecimento de um manual interno das sociedades; tudo isto me ajudou a dar
valor à Igreja Presbiteriana e a entender o verdadeiro papel de um Conselho de
Igreja, de um Presbitério e do Supremo Concílio. Assim tornei-me um Presbiteriano tradicional
e reformado.
Em tempos passados, havia maior
preocupação com a ordem e a reverência nos Cultos. Os hinos tradicionais, o coral sempre
presente, quartetos e solos que nos emocionavam e nos edificavam muito... A
juventude do passado dava mais valor ao estudo Bíblico. A Juventude de hoje se
interessa mais por conjuntos, enfim, pela música contemporânea.
Confesso que sinto uma grande
preocupação com o rumo da música na Igreja; não apenas a qualidade da melodia e
da letra, mas o volume, às vezes, exagerado, que faz, em alguns Templos, com
que pessoas se retirem no chamado “momento de louvor”.
Seria possível reconquistarmos
uma liturgia genuinamente reformada? A IPB tem os seus princípios de
Liturgia. No seu capítulo III, Art. 8º
diz que o “Culto público consta ordinariamente de Leitura da Palavra de Deus,
pregação, cânticos sagrados, oração e ofertas”.
Estas normas são bem flexíveis,
e a responsabilidade pela liturgia é do Pastor. Assim dependendo da linha que
este adota, acaba contrariando aqueles que gostariam de uma Liturgia mas
austera com hinos tradicionais e um ritual definido.
Alguns anseiam por mudanças, mas
tais mudanças são praticamente impossíveis no País, pois são várias as
tendências. O que se considera sempre,
em termos de Presbitérios, Sínodos e Supremo Concílio, é se a Igreja mantém sua
Doutrina Presbiteriana; a liturgia fica mais ou menos livre, ao gosto de cada
um.
Este grande dilema aborrece aos
Membros mais antigos, que gostariam de ver a Igreja com uma liturgia mais
solene e nada podem fazer. O som de
elevadíssimos decibéis se espalhou por tantas Igrejas que, mesmo numa cidade
grande, onde existem outras Igrejas Presbiterianas, não se tem aonde ir.
Por outro lado, a Igreja que não
abre espaço para a música contemporânea vai perdendo membros para as Igrejas
mais liberais (nesta área) e é grande a evasão de Presbiterianos para Igrejas
não tradicionais.
Que podemos fazer? Continuar
orando para que alcancemos a edificação, a comunhão e a união! Esperar que a
Igreja encontre um consenso, na certeza que ela é de Cristo.
Ele mesmo há de aparar as
arestas. Continuarei perseverante na
minha escolha: sou membro da Igreja! Sou Presbiteriano, sim! Tradicional e Reformado!
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Extraído do Jornal Brasil
Presbiteriano
Autoria do Diácono Rilvan Stutz
Catedral Presbiteriana do Rio de
Janeiro
Link do Jornal - ISSUU
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