Em nossa cozinha a presença indígena, africana e
portuguesa, destaca-se tanto quanto na cultura popular, dança música e religiosidade. Na mesa Brasileira é
mais que evidente essa tradição. Quando Cabral, aportou já encontrou, cultivado pelos nativos, a
mandioca e o milho. Diversas frutas, entre elas o caju, base para uma bebida
alucinógena, o Cauim, além de caças e pesca.
A mandioca é sem dúvida a maior contribuição, adaptou-se
aos pratos africanos, e aos portugueses que não a conheciam. A farinha de mandioca, era feita com ela ainda fresca, ralada numa
prancha de madeira encravadas de pedrinhas, e levada a um recipiente de palha
para secar. O primeiro resultado é o tucupi, até hoje, um ingrediente essencial
na cozinha típica regional do Norte.
O ameríndio nos deixou a farinha de mandioca e tudo
o que dela deriva, incluindo a farofa e também o milho, junto com a pipoca, nos
ensinou a tomar guaraná e o mate. Os portugueses vieram com frutas, figo, laranja,
limão melão. Especiarias: coentro, cebolinha, hortelã, alho e gengibre, além de
arroz e cana de açúcar.
Mas gostaram muito das bananas que apelidaram de
palmito, e louvaram os camarões que já conheciam, mas não tão grandes.
Trouxeram também o sal, até então desconhecido, ensinaram os nativos a salgarem
a carne, da maneira correta, o que significava “ter boa mão no sal”. Trouxeram
também cravo, alecrim, erva doce, canela. O milho foi o primeiro produto da
terra a fazer sucesso na Europa, o rei Dom Manuel, o considerou, quando verde
“muito superior ás ervilhas mais finas”.
Os africanos trouxeram inhame, melancia, açafrão,
gergelim, amendoim e vários tipos de banana e coco, além da pimenta malagueta.
Sua cozinha pequena, mas forte, fez valer os temperos verdes e seu modo de
cozinhar, modificou os pratos, substituindo os ingredientes e criou a
verdadeira cozinha brasileira misturando chuchu com camarão, pratos com camarão
seco e usando panelas de barro e colheres de pau. A necessidade de utilizar poucos ingredientes e
misturá-los para cozimento, os africanos criaram o que hoje é nosso prato mais
tradicional a feijoada.
O arroz se
firmou como o alimento mais presente para acompanhar, carne e peixes. Do açúcar
e das frutas surgiram ás compotas e também do açúcar a aguardente que por ser
de fácil produção desde essa época já era consumida por todas as camadas da
sociedade, tornando-se efetivamente a bebida nacional.
Com a vinda
de D. João chegaram o abacate, a nos moscada, a manga e chuchu. Conta um conto,
que ele se foi chorando, por deixar sua preta cozinheira, excelente na feijoada
e nos frangos assados, uma receita, como era preparada na época do
descobrimento do Brasil.
Galinha alardeada: limpe e tempere uma galinha, em seguida com o
auxílio de linha e agulha, envolva toda a galinha em fatias de toucinho de
fumeiro bem fininhas, leve ao forno brando.
O Brasil,
imenso em sua extensão, tem infindáveis receitas típicas de todas as regiões,
ensinar de uma só vez impossível, mas não podemos deixar de citar uma em prosa
e verso – Glória ao Tutu – Na minha qualidade de mineiro, e acostumado as
coisas do meu lar, três meses andei pelo estrangeiro. Vendo muita relíquia... e
a jejuar. Dormia como muito, mas à mesa.
Quantas
vezes senti um calafrio, o coração bater-me com tristeza e o estômago bater-me
de vazio... Mas um dia, na Bélgica, ditoso, pousou na casa de um patrício
amigo: que refeição e que café cheiroso, tive eu naquele abençoado abrigo! Que
almoço e que jantar! E a pena leve, se emperra as pautas do papel arranham: e a
pena tem razão, ninguém descreve. Um tutu de feijão em terra estranha. Maravilha!
Holdings – Tel Aviv – Jafra – Israel
O Blog “A Serviço do Senhor”
Diác. Rilvan Stutz – “O Servo com Cristo”
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