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quarta-feira, setembro 28, 2011

CONCILIANDO FILHOS E TRABALHO

EDUCAÇÃO





Para muitos pais, cada dia se torna mais difícil conciliar trabalho e educação dos filhos. Muitos se sentem frustrados, culpados e impotentes devido à falta de tempo para estarem junto dos filhos, por se verem forçados a entregar sua educação aos cuidados de terceiros, por não poderem participar dela e acompanhá-los mais de perto em suas atividades etc. Todos nós sabemos que os pais constituem a base na estruturação da personalidade de seus filhos. O que não se pode admitir é que essa base tenha que ficar mais distanciada deles, em conseqüência de um trabalho ou emprego.
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Embora seja inquestionável que esse "abandono" repercute na formação da identificação das crianças, o certo é que elas acabam se acostumando e se adaptando, de uma forma ou de outra, a qualquer tipo de situação. É verdade que alguns sofrem a princípio, mas acabam por se habituar à rotina de sua família. Em momentos especiais, sentirão ainda mais falta, mas infelizmente em muitos casos nada se pode fazer para solucionar essa situação.

Educação á distância
Em situações como a dos pais que trabalham fora, e por isso têm que passar o dia inteiro longe de casa e dos filhos, é preciso pensar num modo de programar momentos de encontro entre todos da família. A atitude dos pais, nesse sentido, precisa ser constante e bem planejada, já que todos os filhos necessitam igualmente do afeto, da atenção e do contato físico de seus genitores. Esse tempo que os pais partilham com as crianças representa uma incalculável riqueza, em todos os sentidos, e para ambas as partes. Ainda que seja pouco esse tempo, deve tratar-se de uma reunião familiar na qual os pais se encontrem totalmente voltados para os filhos, demonstrando atenção e interesse em ouvi-los e escutá-los no que têm a dizer das suas experiências vividas.
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Todavia, acrescentam os psicólogos que os pais devem agir com naturalidade, não como se cumprissem uma obrigação, visto que as crianças têm uma sensibilidade tão acurada que as faria perceber a falta de um real prazer e de alegria dos pais nesses momentos, podendo interpretar a atitude deles como "não me amam", ou como "eu os aborreço", ou ainda "não apreciam o que faço". A espontaneidade nessa relação de pais e filhos é demasiado importante.
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Os pais não devem se sentir culpado por terem que trabalhar. Porém devem estar, sempre que possível, no melhor e no pior, ao lado de seus filhos, brincando e conversando com eles. Se as crianças obtêm a atenção e o amor de que tanto necessitam, o vínculo afetivo com os seus genitores estará garantido, por ter sido estimulado, o que concorre para o aumento de sua auto-estima e confiança. Os filhos precisam saber que, mesmo estando longe de seus pais, deverão seguir as regras deles. Não é apenas na presença dos genitores que a sua educação se consolida.
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Qual seria a forma ideal?
A necessidade de conciliar vida familiar e profissional não pode desvincular-se da idéia de corresponsabilidade na família e na própria sociedade. Devemos estar conscientes de que as pessoas devem ser valorizadas pelo que são, enquanto pessoas, e não pelo que têm.
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Teresa López, decana da Universidade Complutense de Madri e vice-presidente da fundação Ação Familiar, declara, em um de seus artigos, que é tempo de se pensar em uma mudança de cultura, através da qual a família recobre o protagonismo merecido, como estrutura básica, que de fato é, de uma sociedade bem construída e equilibrada. Para isso, propõe três linhas de pensamentos, para posterior reflexão:
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1- A responsabilidade de criar filhos e educá-los é exclusivamente da família. A sociedade, em geral, e os poderes públicos devem colaborar para que a família tenha condições de cumprir as suas funções, porém nem a eles, nem a ninguém mais compete arbitrar políticas que substituam o próprio núcleo familiar. Não se trata de estender os horários dos colégios até as dez da noite para que as crianças "não incomodem", ou sobrecarregá-las de atividades extra-curriculares a fim de que, deste modo, mães e pais possam trabalhar sem ter que ocupar-se delas. Existe uma absoluta desconexão entre os horários de nossos filhos e os de nossos trabalhos. Não faz sentido que os horários irracionais de trabalho obriguem a prolongar a permanência das crianças fora do lar. O que é preciso é defender e respaldar uma mudança em nossa cultura, no que se refere ao emprego do tempo.
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2- As decisões tomadas no seio da família dizem respeito exclusivamente ao nosso âmbito privado. Se temos filhos, ou não, é uma decisão familiar, e embora deva permanecer portas adentro, evidentemente suas conseqüências extrapolam o âmbito da própria família, o que significa que existem fortes inter-relações entre as decisões que se tomam nas famílias e a própria sociedade. Uma afeta a outra, quando não deveria ser assim.
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3- Quando se fala de conciliação familiar e profissional, normalmente se fala de políticas públicas, concebidas como políticas de mulher, pelo que estamos falhando na base. A família é uma unidade que em si mesma contribui com a sociedade muito mais do que possa contribuir a soma de cada um de seus membros, motivo pelo qual essas políticas de conciliação devem abranger mais que os direitos da mulher, indo além e incorporando-se ao debate dos direitos de todos os membros da família, e com a mesma intensidade.
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A conciliação da vida familiar e profissional nunca será possível se não existir a devida co-responsabilidade, a qual exige que se valorize não somente o trabalho que a mulher assume dentro do lar, isto é, o trabalho basicamente educativo que realiza com seus filhos, mas também o seu desempenho profissional.
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A sociedade irá mudando à medida que as responsabilidades estiverem convenientemente bem repartidas entre homens e mulheres.












Igreja Presbiteriana do Brasil
O Blog - "A Serviço do Senhor
Diác. Rilvan Stutz "O Servo com Cristro"

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