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Vivemos em uma época em que tudo acontece de forma extremamente acelerada. Mal um ano se inicia e, quando nos damos conta, eis o Natal, repentinamente, batendo em nossas portas. Juntando-se a isso, há as obrigatórias contas mensais que temos que quitar, de forma contínua e incessante. Temos a sensação que foi há poucos dias que efetuamos tais pagamentos e, pasmos, deparamo-nos novamente com as mesmas, pois vão chegando e nos alertando a respeito de suas respectivas datas de vencimento.
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Na verdade, nosso cotidiano é permeado por fatos e acontecimentos que, de certa forma, provocam ansiedade, irritabilidade, inconformismo e a perda da esperança de que melhores dias virão para aliviar nossas aflições e descontentamentos. Daí a importância do desenvolvimento da virtude da temperança, a qual disciplina e ordena a razão e que se reporta diretamente à auto-avaliação e à correspondência do julgamento feito com relação à realidade existente. É através do exercício de tal virtude que o indivíduo passa a não mais permitir que preocupações, aborrecimentos, atos agressivos, especialmente os de ordem verbal, interfiram na vida das pessoas, evitando, pois, que contabilizem prejuízos, tanto para a saúde mental, como para a psíquica.
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É óbvio que, diante de tantos aborrecimentos que permeiam a vida humana atual, não se trata de um processo fácil de ser assimilado, mesmo porque, depende do exercício e do desenvolvimento de outra virtude, a humildade, que se vincula à capacidade de cada indivíduo de se auto-avaliar e se autocriticar, de forma contínua, quanto ao desempenho apresentado frente às adversidades que hoje, a todo instante, fazem-se presentes. Por outro lado, não pode ser esquecido que, se a humildade não se fizer presente, há grandes chances de que se caia em outro extremo, o da soberba, que é contrária à realidade e se fundamenta no desconhecimento das relações de dependência mútua que existem entre os diversos elementos que compõem a estrutura social e que fazem parte da própria essência do que é considerado como criatura humana.
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De forma conjunta, a incorporação de outro exercício se faz necessário para que aconteça tal renovação: o da paciência. Com isso, o fator tempo passa também a ser de rara valia, porém, é preciso deixar claro que não se trata daquele relacionado com a contabilidade das horas do relógio, mas, do tempo para deixar a vida acontecer, já que a maioria das situações constrangedoras que nos são impostas, não depende de nenhum controle de nossa parte. E é por isso mesmo que devemos buscar dentro de cada um de nós, mecanismos que facilitem a compreensão de que existe uma lei natural que coordena e determina que tudo ocorra em seu tempo certo e que, uma mente tranqüila é capaz de entender melhor o que pensa e sente o “outro”.
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O problema maior, no entanto, parece residir no atrelamento de nossos problemas a soluções rápidas. Continuamos tão apegados a elas que não conseguimos ficar disponíveis para nosso auto-entendimento e, conseqüentemente, para o do “outro”. Portanto, é preciso mudar nosso jeito de ser e de agir e entender que a direção é mais importante que a velocidade, não fazendo do hábito, um estilo devida, não se esquecendo que a vida é uma só e que é preciso encontrar razões para ser livre. Só desta forma será possível fazer com que nossas vidas se transformem em uma viagem despretensiosa e muito mais prazerosa.
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Dra. Luiza A. Falcão Costa - Membro Shvoong.
Editado Por Diácono Rilvan Stutz - Membro Shvoong.
Catedral Presbiterina do Rio de Janeiro
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