Versículo do Momento

LEIA A BÍBLIA

quinta-feira, junho 26, 2008


DIZEM POR AÍ...

Paz e bem,Alguns me escrevem dizendo que eu ando pervertendo o evangelho. Outros insinuam que prego uma graça barata. Desculpem-me aqueles que discordam de mim, não estou aqui para criticá-los. Efetivamente não sou o dono da verdade e a minha fé na graça é tão grande que creio que independente do conceito que cada um tenha, ela cobre de misericórdia tanto a mim quanto ao mais legalista dos cristãos.

Portanto, não tenho ambição de ter razão, mesmo porque na graça “ter razão” quando se trata do amor de Deus é apenas ilusão de vaidade humana. Nada mais faço senão pregar aquilo que recebi de Deus e que se fez vida em mim. Sei que quem convence o homem é o próprio Deus e não a minha eloqüência. O ministério que Deus nos confiou é falar daquilo que Ele tem nos ministrado e sermos usados por Ele para abrir a mente dos que nos lêem para novas possibilidades de viver a fé com mais alegria e leveza. Leve como deve ser o fardo que Cristo nos dá.

A Palavra me ensinou que nenhuma condenação há para os que estão em Cristo; que a fidelidade de Deus é tão grande que ele permanece fiel mesmo estando eu repleto de infidelidades e mesmo que o meu coração me condenasse maior é Deus que o meu coração e conhece todas as coisas. Palavras como estas entraram em mim, fincaram raízes e deram descanso à minha alma cansada de buscar, através de justiça própria, a proximidade que hoje tenho sem as angústias de alma que antes me atormentavam.

Assim, eu posso assegurar que não prego uma graça barata, isto é mentira. Para mim, se a graça é barata já está saindo muito caro! Sim, graça só é graça quando é de graça. Sem barganhas, sem trocas, sem dogmas, sem medos, sem leis. Sem preço a pagar. Apenas um encontro com o Cristo ressurreto que transforma, que muda a mente e nos faz nova criaturas.

No evangelho de Mateus fala-se de um servo que devia dez mil talentos ao seu Senhor. Não há como quantificar exatamente quanto isto valeria em dinheiro de hoje, mas sabe-se que esta quantia era superior ao que Roma arrecadava em tributos nas terras da palestina naquela época. Portanto era um valor estratosférico e impagável. O senhor daquele servo poderia tê-lo vendido e à sua família como escravos para abater parte da astronômica soma. No entanto, ele preferiu perdoar-lhe toda a dívida.

Claro que o servo poderia ter rejeitado a graça, e fincado pé em pagar, mesmo que parte do valor da dívida, mas quem cometeria tal tolice?

Esta é a graça que nos é ofertada. O perdão de todas as dívidas, sem mais nada a ser pago. O senhor da parábola poderia ter estipulado um valor irrisório, ou um valor que estivesse dentro das possibilidades de pagamento do servo e isto sem dúvida seria um gesto de extrema misericórdia, mas ainda haveria um preço a pagar. A graça de Deus não deixa preço a pagar, ela perdoa toda a dívida.

Deus age sempre em plenitude e a plenitude da graça não está em deixar um valor, mesmo irrisório, para ser pago. A plenitude da graça está justamente em abrir mão de tudo, em perdoar toda a dívida. O servo nada fez para merecer esta graça. Assim como nós nada fizemos a não ser receber o dom gratuito e, sinceramente, não há nenhum mérito nisso.

Eu perguntei quem seria tolo de continuar teimosamente querendo pagar nem que seja uma parte mínima, mesmo tendo toda a sua dívida perdoada. Pois bem, nós somos este tipo de tolo. Somos por demais arrogantes e queremos algum tipo de justiça própria, mesmo que seja pequena, para nos considerarmos em alguma medida merecedores ou melhores que os outros.

A parábola fala que aquele servo encontrou um conservo que lhe devia cem denários, menos de um milionésimo da dívida que lhe fora perdoada. No entanto, o servo exigiu o pagamento da tal dívida. Assim tem sido a igreja. Temos sido como o servo da parábola e não conseguimos estender aos nossos semelhantes a mesma graça que recebemos. O servo da parábola só se tornou indigno quando não viveu conforme a graça que recebeu. Não em relação a leis que ele porventura tivesse de cumprir para fazer jus à graça, mas em negar-se a buscar um novo caminhar que refletisse esta mesma graça para o seu próximo.

É por isso que Jesus nos ensina a perdoar até nossos inimigos, como sinal de que somos filhos de Deus. É por isso que na oração do Pai nosso ele nos adverte que se não perdoamos aos outros as suas ofensas, tampouco nosso Pai perdoará as nossas. Tais passagens nos mostram que é neste agir conforme a graça que está toda a diferença entre os que são filhos e os que não são, entre o joio e o trigo.

Portanto, querido leitor, quando me acusam de pregar uma graça barata, cometem dois equívocos. Primeiro, a graça que prego não é barata, é de graça. Segundo, a graça que prego é apenas o que a Bíblia nos ensina e esta graça é por si só transformadora, ninguém que a tenha experimentado continuará o mesmo, não em relação a leis, mas em relação a seu próximo, pois, como Paulo nos ensina, o cumprimento da lei é amar ao próximo.

A parábola termina dizendo que este servo incompassivo terminou em prisões, entregue aos verdugos. A mim e a você fica a lição: Que sejamos espelhos a refletir a graça que recebemos para que o mundo veja Jesus em nós. Quando fizermos isto, tenho certeza que seremos um farol que ilumina a noite e o cristianismo deixará de ser religião humana e será caminho de plenitude e vida.

Pr. Denilson Torres
www.frutodoespirito.com.br
Por Rilvan Stutz

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